sábado, 12 de novembro de 2011

Os resultados no treinamento físico

De acordo com o Programa televisivo, “Metade das pessoas costumam desistir de praticar exercícios em academias, clubes e quadras entre o terceiro e o quinto mês de aula. Até o sexto mês, esse número chega a 65%. Apenas 4% da população brasileira fazem exercícios orientados nesses locais”.


O sistema neuromuscular é um dos sistemas do corpo humano que mais respondem ao treinamento. Há pessoas que, entre os 6 primeiros meses,chegam a obter ganhos de força superiores a 25%. Mas, da mesma forma que quando estimulado aumenta em volume e força, a interrupção do treino faz com que os resultados desapareçam.

Estudos publicados pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), afirmam que é possível aumentar a força muscular em até 40% em pessoas não treinadas; 20% em pessoas moderadamente treinadas; 16% em pessoas treinadas; 10% em pessoas avançadas (mais de 2 anos de treino); e 2% em atletas de elite (em período de 4 semanas à 2 anos de treinamento).
 
O problema é que desistimos dos exercícios ainda nos primeiros meses – fase incorporativa – que funcionam como base para os treinos seguintes.
 
Podemos resumir o primeiro semestre de atividade da seguinte forma:

1º mês - O corpo se adapta à nova atividade
2º mês - Há ganho de resistência, força muscular e flexibilidade
3º mês - O corpo libera mais endorfina e aumenta o metabolismo
4º mês - Aumenta a queima de gordura
5º mês - O risco de desistência cai
6º mês - Os músculos começam a aumentar de tamanho
 
Para obtermos resultados melhores, temos que levar em consideração alguns princípios:
 
Principio da individualidade - é o princípio da individualidade biológica, “cada um, é cada um”, ou seja, não existe receita de bolo para o ser humano, o mesmo estímulo (exercícios, cargas, volumes, métodos ou periodização) aplicado para uma pessoa, pode não resultar em você os valores desejados, não fazer efeito nenhum, ou até resultar em melhores valores do que o outro. Não se deve esperar que todos exibam exatamente o mesmo grau de progresso.

Princípio da reversibilidade – Somos feitos para o movimento. Dessa forma, “quando treinamos, ganhamos. Quando paramos, perdemos. Este princípio fornece respaldo cientifico à idéia de que quando não se usa, se perde. Isso é importante quando percebemos que a interrupção do treinamento, até mesmo de interrupções dentro de um curto período de treino, nos leva a um processo reverso ao de quando treinamos, podendo, assim, chegar ao estado de termos apenas o que seria necessário para o nosso cotidiano ou sobrevivência.

Princípio da sobrecarga – Para se ganhar mais força, os músculos precisam ser sobrecarregados, assim, devem ser acionados além do ponto em que normalmente o são. Quanto maior a força imprimida, proporcionalmente, maior será a carga imprimida para que novos ganhos sejam estimulados. 

Todos estes princípios devem ser seguidos no seu programa de treinamento, por estes princípios que os treinos publicados em revistas não são os ideais a você, e sim para quem os treinou e na fase em que foram utilizados, os treinos não são passados soltos ou aleatoriamente, são como elos de uma corrente. 

Alem destes princípios, outros fatores implicam nos resultados, como o estado nutricional e ate mesmo o psicológico, se você estiver em um dia “daqueles”, cansado ou triste, seus resultados poderão ter um déficit significativo, comparado ao dia que você estiver bem disposto. Sendo assim, não existe o melhor treino ou melhor método. O treino ideal será aquele que o seu professor de Educação Física irá prescrever aos cuidados da sua multifatoriedade, tais como, época, objetivo, disponibilidade, frequência, biótipo, gênero, idade, limitações, etc.
 
O Professor, o treino e você sempre deverão estar atentos com estas facetas multifatoriais, pois eles podem tanto melhorar com piorar os resultados. Todos os métodos, treinos, séries e repetições, são bons, apenas devem ser realizados conforme a necessidade, periodicidade do treino, a individualidade de cada pessoa, para que, dessa forma, seja possível obter os melhores resultados. 

Destarte, tentar generalizar ou encontrar a “fórmula mágica” é um quanto ilusória, pois o treinamento em si, compreende um fenômeno em que diversas variáveis devem ser levadas em consideração, assim para se adotar a melhor estratégia de treino.




Profº. Esp. Helder Souza
Cref 4482 G/ES




Referências

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. ACSM’s Guidelines for testing and prescription. Williams & Wilkins, Baltimore, 2000.

CARNEVALLI Junior, Luiz Carlos; LIMA, Waldecir Paula; PEREIRA, Ricardo Zanuto. Exercício, emagrecimento, e intensidadedo treinamento: aspectos fisiologicos e metodologicos. Sao Paulo: Phorte, 2011.


WILMORE, Jack . H.
COSTILL, David L. KENNEY, W. Larry. Fisiologia do esporte e do exercício. 4. ed.Sao paulo: Manole, 2010.

Um comentário:

  1. Massa, artigo muito bom, desmistificando alguns pontos, parabéns!

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